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Amazonas saem a cavalo, de Johann Heinrich Wilhelm Tischbein (1788)

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Amazona enfrenta guerreiro, vaso grego da Apúlia, século IV a.C.

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Amazona Ferida, estátua romana do século I, cópia de Fídias

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Amazona Ferida, Franz von Stuck (1904)

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Amazona preparando-se para a batalha (Rainha Antíope ou Vênus Armada), de Pierre-Eugene-Emile Hebert (1860)

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Aquiles e Pentesiléia

Na mitologia grega, as amazonas (em grego, Αμαζόνες, Amazónes) eram uma nação lendária de mulheres guerreiras. O termo provavelmente deriva do iraniano *ha-mazan, "guerreiros". Hesíquio de Alexandria o interpretou como derivado do persa hamazakaran: "fazer a guerra". Na Ilíada, são chamadas de Antianeira ("que lutam como homens"). Heródoto as chamava Androktones ("matadores de homens") e escreveu que, na língua dos citas, eram chamadas Oiorpata, que tem o mesmo significado.

Segundo a etimologia popular grega, a palavra Αμαζών, Amazôn, significaria "sem seio" (a-, "sem" + mazos,"seio"), pois elas supostamente amputavam o seio direito para melhor manejar o arco. Hipócrates dizia que seus seios direitos eram cauterizados desde a infância com um instrumento de bronze especialmente concebido para inibir seu crescimento. Apesar disso, as amazonas geralmente aparecem com ambos os seios em toda a iconografia antiga, que freqüentemente também as representa vestidas à maneira dos citas.

As Amazonas do Termodonte[]

As amazonas eram filhas de Ares e da ninfa Harmonia e fundaram, sob a inspiração do pai e de Ártemis, um reino belicoso habitado apenas por mulheres, geralmente nos confins do mundo conhecido dos gregos arcaicos - no Cáucaso, na Trácia, no Mar Negro, na Cítia ou na Lídia, conforme diferentes versões.

Na versão mais difundida, as amazonas viviam no norte da Anatólia, perto das margens do Mar Negro e formavam um reino independente sob a liderança de suas rainhas. Segundo as tragédias de Ésquilo, as amazonas viveram inicialmente junto ao Palus Maeotis, atual Mar de Azov, mas depois migraram para a cidade de Temiscira, às margens do rio Termodonte (atual rio Terme).

Segundo Estrabão, nenhum homem podia ter encontros sexuais ou morar no país das Amazonas, mas uma vez por ano, elas visitavam a tribo vizinha dos gargareanos. Os filhos homens que resultavam dessas visitas eram mortos, enviados a seus pais ou abandonados, enquanto as filhas eram criadas e treinadas na agricultura, na caça e na guerra. Outras versões diziam que mantinham relações sexuais apenas com estrangeiros e que os homens que viviam em seu território, inclusive os próprios filhos, eram castrados, mutilados, cegados e usados como escravos em serviços inferiores.

A Otrera, primeira rainha das amazonas, se atribuía a fundação da cidade de Éfeso e a construção do gigantesco e riquíssimo templo de Ártemis, sua protetora, que veio a se tornar uma das "sete maravilhas" do mundo antigo. Também foi atribuída às amazonas a fundação de Esmirna, Sinope e Pafos. Autores da Renascença atribuíram às amazonas a invenção do machado de guerra chamado sagaris, associado pelos gregos antigos às amazonas e aos citas.

Um dos trabalhos de Héracles era tomar o cinturão da rainha amazona Hipólita ("solta-cavalos"). Segundo uma versão, esta aceitou entregar pacificamente o cinturão, segundo outra, a rainha aceitou entregar a prenda em troca de sua amiga Melanipe ("de cavalo negro"), capturada pelo herói. De qualquer forma, Hera, disfarçada de amazona, suscitou uma querela entre os comanheiros de Héracles e as guerreiras de Temiscira e o herói, pensando ter sido traído pela rainha, a matou.

Héracles foi acompanhado nessa empreitada pelo amigo Teseu, que raptou Antíope ("ante seu rosto"), irmã de Hipólita. Segundo uma versão, isso levou as amazonas a retaliarem invadindo a Ática, mas Antíope morreu lutando ao lado de Teseu, pelo qual se apaixonara. Segundo outra versão, a invasão da Ática pelas amazonas não se deveu ao rapto de Antíope, mas ao abandono desta por Teseu, que a repudiara para se casar com Fedra, irmã de Ariadne. A própria Antíope comandou a expedição para tentar invadir a festa de casamento. Como foi repelida e morta, as amazonas se retiraram. De qualquer forma, a lendária batalha entre os atenienses e as amazonas, a "amazonomaquia" era comemorada nos frisos do Pártenon.

Na Ilíada, as amazonas lutam ao lado dos troianos, sob o comando da rainha Pentesiléia ("a que sofre por seu povo"), filha de Otrera, que acabou sendo morta por Aquiles. Este chorou a morte da bela rainha, que o comoveu. Térsites ridicularizou-o e ameaçou furar os olhos da morta com sua lança. Aquiles, num acesso de raiva, matou-o a murros e depois teve de se purificar na ilha de Lesbos.

Homero também fala do túmolo da "agil Mirina", uma amazona destemida, sob cujo comando suas guerreiras obtiveram grandes triunfos. Mirina seria o nome que os deuses lhes deram: os humanos chamavam-na Batiia.

As Amazonas de lenos[]

Como as mulheres de Lenos se recusassem a prestar culto a Afrodite, esta as castigou com um fedor insuportável, levando os maridos a abandoná-las pelas escravas da Trácia. Para se vingar, as mulheres de Lemnos mataram todos os homens da ilha e fundaram uma república de mulheres.

Entretanto, Hipsípila ("de portas altas"), filha do rei Toas (filho de Dioniso) e da rainha Mirina, horrorizada com a idéia de sacrificar o próprio pai, vestiu-o com a indumentária de Dioniso, o pôs em uma arca e, pela manhã, o conduziu ao mar, como se tratasse da estátua do deus a quem desejava purificar após o massacre da noite anterior. O pai flutuou nas ondas, sob a proteção de Dioniso, até alcançar terra firme.

Hipsípila foi escolhida rainha, mas pouco depois os Argonautas, liderados por Jasão, passaram pela ilha e se uniram às sua mulheres. Jasão teve por amante a própria rainha, com quem teve dois filhos, Êuneo e Toas. Mais tarde, depois que os Argonautas partiram, as mulheres de Lemnosdescobriram o ocultamento e fuga de Toas. Ameaçada de morte, Hipsípila fugiu. Capturada por piratas, foi vendida como escrava a Licurgo, rei de Neméia, que a encarregou de cuidar do seu filho Ofeltes.

Ao passarem por Neméia os sete heróis que iriam lutar em Tebas contra Etéocles, pediram a Hipsípila que lhes indicasse uma fonte onde pudessem matar a sede. Ela deixou a criança no chão por um momento e uma serpente ou dragão que guardava a nascente se enroscou na criança e a matou. O rei condenou Hipsípila à morte, mas nesse momento chegaram à cidade seus filhos Êuneo e Toas, que se identificaram. Hipsípila foi perdoada e pôde voltar com os filhos a Lemnos.

  1. As Amazonas de Heródoto[isjkkbbzkj nzjmx 1]

Segundo Heródoto, gregos venceram um grupo de amazonas n

o Termodonte e as levaram como cativas em seus navios, mas no mar alto elas se revoltaram e mataram seus captores. Sem saber navegar,foram levadas pelo vento até Cremnoi, no atual mar de Azov, perto de onde habitavam os citas. Elas roubaram-lhes cavalos e passaram a saqueá-los. Os citas reagiram e mataram algumas delas, mas só depois de verem os seus corpos inanimados perceberam que eram mulheres. Deixaram então de lutar e lhe enviaram seus filhos, para que se aproximassem delas. As amazonas os aceitaram, contanto que não fossem obrigados a seguir os costumes das mulheres citas.

Os jovens partiram com elas e estabeleceram residência a três dias da outra margem do rio Tânais (atual rio Don), ao norte. Seus descendentes deram origem aos sármatas, cujas mulheres, na época de Heródoto (440 a.C.), continuavam a caçar e fazer a guerra a cavalo ao lado de seus maridos e se vestir como homens, como suas supostas antepassadas. Mais que isso, "nenhuma jovem pode se casar enquanto não matar um homem".

As Amazonas da Líbia[]

O historiador Diodoro da Sicília, por volta de 50 a.C., escreveu uma narrativa tardia sobre amazonas, parte de uma tentativa de costurar antigos mitos em uma história coerente e plausível de acordo com os padrões mais racionalistas de sua época. Segundo ele, existiram duas nações rivais de mulheres guerreiras no noroeste da África: as amazonas e as górgonas.

Entre as amazonas, os homens cuidavam da casa e dos serviços domésticos, enquanto as mulheres praticavam as artes da guerra na juventude e mantinham a virgindade até o fim do serviço militar, quando então se uniam aos homens para procriar, mas mantinham em suas mãos as magistraturas e todos os assuntos de Estado. Elas viviam em uma grande ilha chamada Héspera, localizada no pântano Tritônis, no qual desaguava um rio chamado Tritão, perto do oceano e do monte Atlas. A ilha era rica em árvores frutíferas e havia rebanhos de cabras e ovelhas, mas ainda não havia prática da agricultura.

As amazonas conquistaram todas as demais cidades da sua ilha (exceto Mene, considerada sagrada e habitada pelos ictiófagos etíopes) e subjugaram muitos líbios e nômades vizinhos. Fundaram uma cidade chamada Querroneso (Cherronesus, "península") e depois, sob a liderança da rainha Mirina (Μύρινα, Mýrina, nome de uma cidade da ilha de Lemnos e também de uma antiga cidade da Eólida, na Anatólia), fizeram guerra aos atlantes, o povo mais civilizado de sua época. As amazonas invadiram Atlântida com um exército de 3 mil cavaleiras e 30 mil guerreiras a pé que usavam escudos de pele de serpentes gigantes e tomaram a cidade atlante de Cerne, onde passaram todos os homens a fio de espada e escravizaram as mulheres e crianças. Os demais atlantes se renderam e aceitaram ser governados por Mirina, que os tratou com humanidade e fundou uma nova cidade com seu nome no lugar daquela que arrasara.

Os atlantes pediram então a Mirina que os ajudasse contra as górgonas, outra nação de mulheres guerreiras que os ameaçava. As amazonas venceram as górgonas em batalha e e três mil delas foram capturadas, mas depois se rebelaram e foram mortas.

Mirina continuou suas aventuras na Líbia e no Egito, onde se aliou ao faraó Hórus, filho de Ísis, fez guerra aos árabes e subjugou a Síria, mas deixou partir livres e em paz os cilícios, que lhe trouxeram presentes e se entregaram paciicamente. Conquistou também a região dos montes Taurus e atravessou a Frígia até o mar Negro, chegando ao rio Caicus (atual Bakırçay, junto à antiga Pérgamo, atual Bergama). Nessa região fundou várias cidades, uma delas com seu próprio nome, outras com o nome de suas comandantes, incluindo Cime, Pitana e Priene. Tomou também algumas ilhas, incluindo Lesbos, onde fundou uma cidade com o nome de sua irmã, Mitilene.

Depois disso, Mirina foi apanhada por uma tempestade. Depois de orar à Mãe dos Deuses (Cibele), foi levada a uma ilha desabitada que, obedecendo a uma visão que tivera em sonho, consagrou a essa deusa e deu o nome de Samotrácia, "ilha sagrada", onde mais tarde se estabeleceram os Coribantes, filhos de Cibele.

Mas a seguir, o trácio Mopsus, banido por seu rei Licurgo, aliado ao cita Sipilo, também banido de seu país, invadiu a terra das amazonas com um exército de exilados. Mirina foi morta com grande parte de seu exército e as sobreviventes acabaram por se retirar de volta para a Líbia.

As górgonas sobreviventes, que refugiaram-se na floresta e voltaram mais tarde a ser poderosas, até Perseu derrotar sua rainha Medusa. Mais tarde, tanto os remanescentes das górgonas quanto das amazonas foram completamente destruídos por Héracles, que pensou que sua resolução de ser o benfeitor da humanidade seria prejudicada se continuasse a existir nações governadas por mulheres. Isto teria acontecido muitas gerações antes da guerra de Tróia, época na qual as amazonas do Termodonte estavam em pleno vigor.

Quanto ao lago Tritônis, teria desaparecido depois que um terremoto o separou do Oceano. O lago é mencionado em outros episódios da mitologia: como local onde Atena Tritogenéia foi criado e também na epopéia dos Argonautas, quando seu navio é lançado por uma tempestade nesse lago de águas salgadas e ali permanecem por doze dias, até que fazem um sacrifício aos deuses e Tritão aparece para lhes indicar um canal oculto até o mar. Geralmente o lago é identificado com o Chott el Djerid, um lago salgado e raso no deserto do sul da Tunísia, que atinge 7 mil km² na sua máxima extensão, mas seca quase completamente no verão.

As Amazonas na Idade Média[]

Na Idade Média cristã, as amazonas foram vistas como parte dos povos impuros presos nas terras de Gog e Magog, além do portal de bronze onde os futuros soldados de Satã esperavam a sua hora de participar do Apocalipse. Um certo Breidenbach publicou no século XV um tratado no qual afirmava que elas eram as mensageiras do Diabo e sque sua rainha se tornaria a "capitã das gentes imundas".

O bávaro Hans Schiltberger, capturado pelos turcos na batalha de Nicópolis em 1396, viveu por 32 anos como escravo do sultão Bajazet I e de Tamerlão. Embora nunca viajasse além de Samarcanda, observou os costumes turcos e tártaros. De volta à Europa, publicou o Reisebuch, no qual narrou suas viagens e acrescentou episódios fantásticos, incluindo uma grande vitória militar das amazonas tártaras, conduzida por uma princesa sedenta de vingança.

As Amazonas na Idade Moderna[]

Colombo, ao aportar a uma das ilhas das Caraíbas em sua primeira viagem ("ilha de Matinino", possivelmente a Martinica), sofreu uma recepção francamente hostil, por parte de uma tribo guerreira. Sobre esse inesperado encontro escreveu a Luís de Santangel, homem de confiança dos Reis Católicos: "(...) é a primeira ilha que se encontra, para quem vai de Espanha rumo às Índias e onde não há nenhum homem. Estas mulheres não se ocupam de qualquer atividade feminina, só executam exercícios com o arco e flechas fabricados com canas e cobrem-se de lâminas de cobre que possuem em abundância".

Três anos depois, no final da sua segunda viagem, Colombo voltou a passar pelas Pequenas Antilhas a caminho da Espanha. Quando seus navios ancoram diante da ilha de Guadalupe, foi recebida por uma nuvem de flechas lançadas por um grupo de mulheres. Os espanhóis fazem índios cativos lhe explicarem que só querem pão de mandioca, mas as guerreiras os mandam ao outro lado da ilha, onde os homens trabalham a terra. Colombo ignorou a sugestão e enviou um destacamento de quarenta homens. Segundo Bartolomé de las Casas, a chefe da ilha, ao ser perseguida por um marinheiro, "se volta contra ele como um cão raivoso, o agarra e se joga com ele no chão, e, se os cristãos não tivessem acorrido, o teria estrangulado". A cacique e sua filha teriam sido levadas pelos europeus.

Um dos pilotos que acompanhou o navegador Fernão de Magalhães contou ao italiano Filipo Pigafetta (1491-1534) que havia uma ilha só com mulheres. Pigafetta fala-nos da ilha Ocoloro, nas vizinhanças de Java (Ásia), onde as mulheres que "dando à luz algum filho, matam-no se fosse macho e, se mulher, conservam-na consigo. E tão esquivas se mostraram à conversação amorosa que, se algum homem ousasse desembarcar em sua ilha, pelejavam por tirar-lhe a vida".

O conquistador espanhol Hernán Cortés, ao explorar a costa ocidental do México, cerca de 1520, relatou ao imperador Carlos V que muita gente lhe afirmava que existia "uma ilha povoada de mulheres sem qualquer macho. Em certas épocas os homens de Terra Firme vão visitá-las, elas dão-se a eles e as que dão à luz filhas ficam com elas, se nascem machos rejeitam-nos".

Também, em 1535, Diego de Almagro (1475-1538), que participou da conquista do Peru com Pizarro, disse ter ouvido, naquela zona, relatos de índios assegurando que havia uma vasta região dominada por mulheres cuja rainha se chamava Guanomilla (que significaria "céu de ouro") e que nessa tribos era tanto "metal branco e amarelo" que até os simples utensílios para preparar os alimentos eram manufaturados nesses metais preciosos.

A mais importante e duradoura manifestação moderna do mito das amazonas foi, porém, relatada por Francisco de Orellana, que supostamente as encontrou no grande rio que, devido a seu relato, ficou conhecido como "rio das amazonas", hoje rio Amazonas. Leia mais pormenores sobre esse desenvolvimento no verbete Icamiabas ou Coniupuiaras (nomes pelos quais essas guerreiras também ficaram conhecidas no Brasil).

Referências[]

  • Junito de Souza Brandão, Dicionário Mítico-Etimológico da Mitologia Grega. Petrópolis: Vozes, 2000
  • Diodoro da Sicília, Bibliotheca historica, livro III
  • Jorge Magasich-Airola e Jean-Marc de Beer, América Mágica: quando a Europa da Renascença pensou estar conquistando o Paraíso. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
  • Maria Inês Smiljanic, "Da 'invenção' à 'descoberta científica' da Amazônia: as diferentes faces da colonização", em Revista Múltipla, nº10, ano VI, 2001 [1]
  • Luísa de Paiva Boléo, "Mulheres Guerreiras" [2]
  • Wikipedia (em inglês): Amazons [3]

Veja também[]

Icamiabas

Fonte[]

https://www.facebook.com/donfoca/photos/a.257704940952542/1575720099151013 https://www.facebook.com/donfoca/photos/a.257704940952542/1405973809458977


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