Fantastipedia
Advertisement
Asphodelus albus 004

Asfódelo branco (Asphodelus albus)

Asphodelus microcarpus b

Abrótea-da-primavera (Asphodelus serotinos)

O asfódelo (do grego ἀσφόδελος, asphódelos, "cetro"), abrótea, abrótega, gamões ou tremoção é uma planta liliácea, hermafrodita, do gênero Asphodelus, que compreende 16 espécies herbáceas, bianuais ou perenes, oriundas do sul e centro da Europa, das quais a mais conhecida é a Asphodelus albus que, nativa do Sul da Europa (de Portugal aos Bálcãs) e do norte da África, é cultivada como ornamental (floresce de abril a junho) e para produção de álcool.

Difundiram-se em todo o mundo como plantas ornamentais, graças a suas flores grandes e à facilidade do seu cultivo, que requer poucos nutrientes, pouca umidade e muita luz. São bulbosas e várias espécies produzem tubérculos.

Usos[]

O rizoma e os tubérculos do asfódelo são comestíveis e Plínio, Dioscórides e Hipócrates o mencionam como alimento; seus bulbos eram assados sobre cinzas. Hoje, entretanto, não são recomendados, devido a seu conteúdo de asfodelina. Sua fermentação produz álcool. Na Comarca de Omaña (província de León, Espanha) se utilizavam suas folhas para dar de comer aos porcos.

Simbolismo[]

Na Grécia, os asfódelos eram colocados nas tumbas dos mortos e empregados nas cerimônias fúnebres, acreditando-se que facilitavam a passagem dos defuntos aos Campos Elísios, que se supunha atapetados dessa planta.

Flores das pradarias do Hades, são consagradas a esse deus e a Perséfone. Os próprios antigos não tinham clareza das razões para isso e às vezes cortavam ou corrigiam a expressão "campo de asfódelos" para fazê-la significar "campo de cinzas" ou "campo de decapitados".

Por tirar-se álcool dessa planta, talvez, o asfódelo representaria a perda de juízo e dos sentidos, característica da morte. A associação também pode se dever à facilidade com que cresce em ruínas e cemitérios, já que são rejeitadas pelos animais de pasto (embora sejam comidos por porcos e javalis). Considerada como o alimento favorito dos mortos, os antigos costumavam plantá-las perto das tumbas

Apesar de os antigos terem lhe atribuído um cheiro pestilento - sob a influência, talvez, de uma associação com a ideia de morte - o perfume do asfódelo assemelha-se ao do jasmim. Victor Hugo evocou esse perfume em Booz adormecido (Booz endormi) numa "penumbra nupcial" (Ela, fora da vida, e eu, semimorto) na qual a velhice, a dúvida, o enfraquecimento dos sentidos contrastam com a expectativa do amor:

Um fresco perfume desprendia-se dos tufos de asfódelos;
Os sopros da noite flutuavam sobre Galgala...
Ruth sonhava e Booz dormia; a erva era negra...

Referências[]

  • Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Dicionário de Símbolos, Rio de Janeiro: José Olympio, 1988.
  • Wikipedia (em castelhano): Asphodelus albus [1]
Advertisement