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Witchfamiliars

Uma bruxa alimenta seus familiares - dois sapos e um gato - com seu próprio sangue. Do panfleto de 1579 "Um Ensaio Estranho e Verdadeiro" detalhando as ações de uma bruxa de 65 anos de Windsor, Inglaterra, e três outros acusados de bruxaria

Familiares, no contexto das crenças antigas e medievais, são entidades sobrenaturais que vivem numa moradia e proporcionam algum tipo de ajuda ou proteção à casa e seus moradores, mas podem se voltar contra eles caso se mostrem ingratos ou negligenciem seu culto. Nas crenças cristãs do início da Idade Moderna, são demônios menores concedidos por Satanás às bruxas para dar-lhes poderes mágicos, ajudá-las e servir como seu intermediário. Na ficção moderna, é um ser magicamente vinculado a uma pessoa para servi-la.

A evolução do Familiar[]

A origem da expressão está nos Lares Familiares dos romanos. O Lar Familiaris (no singular) era um gênio guardião doméstico que cuidava do bem-estar e da prosperidade de uma família. No início da era cristã, os deuses pagãos gregos e romanos, principalmente aqueles mais rústicos e populares cujo culto se conservou por muito tempo nos pagos (comunidades rurais), daí "pagãos", foram considerados demônios pelos teólogos, assim como entidades semelhantes das crenças de outros povos europeus. Das superstições relacionadas a manter boas relações com essas entidades, que às vezes incluíam oferendas de leite, manteiga ou mingau em certas datas, surgiu a ideia de que animais de estimação de pessoas acusadas de bruxaria, principalmente os gatos, eram na verdade "familiares", demônios disfarçados que as acompanhavam, as orientavam e lhes davam missões em troca de poderes ou favores mágicos. Dizia-se que as bruxas os amamentavam e, para isso, tinham um mamilo extra. A presença de um mamilo supranumerário ou marca na pele podia ser considerada prova de bruxaria.

Na ficção fantástica moderna, familiares se tornam, mais frequentemente, seres (geralmente pequenos animais) que servem a uma pessoa (geralmente bruxa ou feiticeiro) com inteligência acima do normal para sua espécie e que às vezes podem falar, mas geralmente não têm caráter demoníaco, nem têm poderes mágicos próprios, nem dão poderes a seus donos. É comum que se imagine que, pelo contrário, sejam os bruxos e feiticeiras que usam sua magia para transformar animais comuns em familiares.

O Familiar na Antiguidade[]

Deusaserpente

A Deusa das Serpentes de Creta

Kadiskos

Um kadiskos encontrado em Halos, Tessália, com duas estatuetas de cobra, uma em bronze e outra em prata, um ossinho e uma concha.

Glycon

Glykon em estátua do século II encontrada em Constança (Romênia), antiga Tomis.

Casa dei Vettii - Larario

Lararium na casa dos Vécios, Pompeia. Dois Lares Familiares flanqueiam um gênio sobre uma cobra

A forma mais antiga da divindade protetora do lar na região grega parece ser a deusa das serpentes ou deusa-serpente encontrada apenas em santuários domésticos de Creta, c. 1700–1450 a.C., cujo nome parece ter sido Asasara, "senhora".

Na Grécia clássica, seu papel no lar foi tomado principalmente por Héstia, representada pela lareira. Ao se evocar os deuses, era citada tanto em primeiro quanto em último lugar e quando um sacrifício era celebrado na casa, recebia a primeira porção da refeição sacrificial. Entretanto, o consorte de Héstia no culto doméstico era Zeus Ktesios ou Pasios, "da propriedade", que residia num kadiskos (vasinho com asas) e era representado como uma serpente, como também o Agathós Daímōn ("Bom Gênio", outro epíteto de Zeus segundo Pausânias), venerado em Thera, como deus doméstico, um "anjo da guarda" pessoal que recebia uma libação de um pouco de vinho jogado ao solo no fim de cada refeição. Às vezes se cita Agathe Tukhe ("Boa Fortuna") como sua consorte ou equivalente feminina. Nas portas, Apolo Aguieus ("das ruas") e Hécate eram homenageados para proteger aqueles que se ausentavam.

Também era representado como deus-serpente o Zeus Meilikhios, "fácil de suplicar", um deus ctônico das riquezas, talvez relacionado à lenda de que Alexandre da Macedônia nasceu da cópula de sua mãe Olímpia com Zeus na forma de uma serpente (segundo Plutarco, ela era devota de um culto a Dioniso que envolvia cobras e dormia com elas na cama). Parece ser originário também da Macedônia o culto ao deus-serpente Glykon, que foi popular na Roma do século II entre mulheres que queriam engravidar e que o quadrinista inglês Alan Moore procurou seriamente ressuscitar em 1993.

Em Esparta, os Dióscuros eram homenageados como deuses domésticos, chamados Anaktes ("reis"), imaginados como duas crianças e representados por duas ânforas, duas serpentes ou por um símbolo chamado dokana, duas vigas verticais unidas por duas vigas transversais, entre as quais pode aparecer uma serpente. Em certas ocasiões, punha-se para eles um divã e se preparava uma refeição.

Em Roma, o culto doméstico dirigiu-se a Vesta, a lareira, tinha a mesma função de Héstia na Grécia, Jano, deus das portas, tinha papel análogo a Apolo Aguieus ("das ruas"), protegendo a entrada. O Genius era celebrado no dia do aniversário do dono da casa, o pater familias e era o protetor pessoal dele, da sua virilidade e fertilidade (genius deriva de gignere, "gerar") e do leito conjugal, lectus genialis, como análogo do Agathós Daímōn grego, enquanto as mater familias tinham uma Iuno como protetora).

Os Penates (de penus, despensa), representados como dois homens, protegiam a despensa e quando a família fazia uma refeição, jogava um pouco no fogo da lareira para eles. Os Lares (talvez do etrusco larth, "senhor") eram gênios protetores em geral, inclusive das glebas, dos cruzamentos, dos bens públicos e dos viajantes e os Lares Familiares, eram venerados com os outros deuses domésticos. Recebiam homenagens nas Calendas, Nonas e Idos, por ocasião de cada nascimento, casamento, partida, retorno ou morte e quando uma criança dizia sua primeira palavra. São representados como jovens dançando ou de pé com uma cornucópia e uma pátera (taça usada em sacrifícios) e frequentemente aparecem aos pares, talvez por influência do culto grego aos Dióscuros.

Toda casa romana tinha um santuário chamado lararium, perto da lareira (palavra derivada de lararium) ou em um canto do átrio - um escrínio, armário ou nicho contendo uma estatueta, um nicho pintado na parede ou um pequeno altar independente onde homenagens e oferendas eram prestadas. Serpentes com barba ou crista, às vezes aos pares, muitas vezes aparecem nessas pinturas debaixo dos Lares e podem ser representações do Genius e da Iuno.

O Familiar no folclore europeu[]

A deusa-serpente ou deus-serpente parece a forma mais antiga e generalizada do "familiar". Alguns o ligam à ideia de que cobras ameaçariam os ladrões que tentassem entrar na casa (ou pelo menos a protegeriam dos ratos), mas o principal fundamento parece ser simbólico: cobras representam renovação e imortalidade (talvez pela troca de pele frequente) e, portanto, a continuidade do lar através de gerações, além de estarem associadas tanto à virilidade e fertilidade masculina (pelas conotações fálicas) quanto à feminilidade e fecundidade feminina (pela natureza devoradora).

Ainda em tempos modernos, serpentes domésticas foram homenageadas na Grécia, Bálcãs e Escandinávia, recebendo oferendas de vinho ou de leite. Mesmo em regiões onde a prática real não existe, sobreviveu a crença em que serpentes gostam de vinho ou de leite, entram nos estábulos para mamar nas vacas, entram nos quartos para mamar nas mulheres que dormem. Em algumas variantes, podem se tornar grandes o suficiente para engolir vacas inteiras. Plínio, o Velho, conta uma lenda sobre um bebê encontrado inteiro no ventre de uma bova ou boa (de boves, "reses") morta na colina do Vaticano, história da qual vem o atual nome científico da jiboia, Boa constrictor e que parece ter sobrevivido no folclore da Itália moderna como Serpeda de Aqua. Algumas lendas atribuem a doença e morte inexplicada de crianças pequenas à serpente, que teria sugado todo o leite da mãe ou o teria envenenado ao mamar em seu peito.

Pobreserpente

Xilogravura para O Homem Pobre e a Serpente (1479), na versão de Heinrich Steinhöwel para Fábulas de Esopo

The Little white feather

Hinzelmann, uma das variantes do duende europeu, mais especificamente do Kobold alemão. Ilustração de Willy Pogány (1912) para o conto "A Peninha Branca", de As Fadas e a Criança Natalina, de Lilian Gask

Há vários contos folclóricos sobre uma cobra que vive na casa ou numa caverna e recebe um suprimento regular de leite e em troca conta segredos agrícolas que levam à prosperidade. Se as pessoas matam a cobra, passam a ter azar e perder tudo e os filhos podem morrer. Biólogos modernos costumam atribuir a lenda das serpentes que gostam de leite à presença frequente de cobras em estábulos à procura de ratos, mas a tradição simbólica que a liga à fecundidade e, por extensão, à amamentação talvez seja mais importante.

Alguns outros animais também têm a fama de sugar leite de mulheres ou de vacas no folclore europeu, notadamente o noitibó, bacurau ou curiango cujo nome científico é Caprimulgus, literalmente "chupa-cabra", o sapo, (Bufo, talvez de bōs, "boi" e fē-, "chupar"), o gato (feles, talvez da mesmo radical fē-, ou pelo menos associado a ele pela etimologia popular), a lebre e o ouriço, alguns dos quais depois associados ao demônio e a "familiares" no sentido cristão e inquisitorial do termo.

Análogos em sua função original aos familiares greco-romanos são os duendes, cujo nome ibérico vem de dueño de (casa). São geralmente imaginados como homenzinhos (às vezes mulherzinhas), mas às vezes se transformam em animais. Hinzelmann ou Heinzelmann, uma variante do Kobold alemão, normalmente tem a forma de um homenzinho vestido de veludo vermelho, mas pode aparecer como uma grande cobra ou uma marta preta.

Supostamente duendes vivem em casas ou celeiros como guardiães secretos e às vezes recebem oferendas de leite, manteiga ou mingau. Se bem tratados, protegem a família e os animais do mal e do infortúnio e podem ajudar nas tarefas domésticas e no trabalho agrícola, mas são temperamentais. Se forem insultados ou negligenciados, pregam peças, roubam itens e ferem ou perturbam o gado. Em algumas regiões se diz que deixam brinquedos ou doces nos sapatos de crianças bem comportadas, quando deixados na porta nos dias que antecedem o Natal, papel depois assumido por Papai Noel.

Seus nomes europeus incluem Kobold (kuba-walda, depois Kofewalt, "governante do aposento") em alemão, nisse (do nórdico niðsi, "parentezinho" ou "familiarzinho") em norueguês e dinamarquês, os tomtenisse ("familiarzinho da gleba") ou tomte em sueco, domovoy ("senhor da casa") e domania ("senhora da casa") em russo, brùnaidh ("corpulento", depois brownie) e gruagach ("cabeluda") em gaélico escocês, gobelin (talvez de "Kobold") em francês e hob (de "Robert" ou "Robin Goodfelow"), goblin (do francês gobelin) ou hobgoblin em inglês.

Em algumas histórias alemãs, tais duendes são aprisionados por curandeiros e curandeiras, feiticeiros respeitados em seus vilarejos. Eles os faziam aparecer em rituais e depois os aprisionavam em garrafas, anéis ou pedras. Esses seres os ajudavam a diagnosticar doenças ou os efeitos de uma fratura e eram usados ​​para adivinhação e como catalisadores da magia. Contos de fadas como Rumpelstiltskin, O Gato de Botas e O Príncipe Sapo, nos quais o protagonista força um ser sobrenatural a ajudá-lo, ou é abordado por um ser sobrenatural na forma de animal quando precisa de ajuda, são relacionados pela historiadora Emma Wilby ao conceito de familiar que se manifestou, mais tarde, na caça às bruxas.

O Familiar no cristianismo[]

Segundo as tradições cristãs, demônios menores apareciam na forma de animais, principalmente gatos, corujas, corvos, sapos, furões e cachorros (morcegos, só na ficção moderna), para recrutar bruxas, como seu intermediários com as potências infernais, ou como servos a elas concedidos por Satanás. A bula papal Vox in Rama descreve um sapo do tamanho de um cachorro recrutando bruxas e seguidores do demônio (confira Ailurantropo) e o demônio Mefistófeles aparece pela primeira vez no Fausto de Goethe como um cão preto.

Matthewhopkins

Frontispício de A Descoberta de Bruxas (1647), panfleto de Matthew Hopkins no qual se promove como "caçador de bruxas" e identifica supostas bruxas e seus familiares, incluindo um gato, um cão, uma lebre, um furão e um boi

Ficheiro:Martin van Maele - La Sorcière 08.jpg

Bruxa amamenta familiar (1911), ilustração de Martin van Maële para A Feiticeira, ensaio de Jules Michelet.

A maioria dos dados sobre os familiares da feitiçaria vem da Inglaterra e transcrições dos julgamentos das bruxas e "pessoas astutas" (cunning folk, herboristas e curandeiros populares) na Escócia, realizados durante os séculos XVI e XVII. Uma lei de 1648 definia uma bruxa como alguém que "tem ou consulta um familiar". A "marca da bruxa" é frequentemente encontrada em registros de julgamentos como forma de condenar uma suspeita de bruxaria. A marca era mais comumente um mamilo extra encontrado em algum lugar do corpo, que seria usado pelos familiares para mamar. Outras vezes, porém, se diz que a bruxa alimentava o familiar com seu próprio sangue.

Nesses relatos, o espírito aparece espontaneamente na frente da pessoa enquanto realizava suas atividades diárias, em casa ou ao ar livre ou são recebidos por ela de outra seguidora do demônio ou de um demônio mais poderoso. Em vários relatos, a pessoa passava por dificuldades como falta de comida ou dinheiro, luto, doença ou perda de sustento e o familiar lhes oferece uma solução dando-lhes poderes mágicos. Tipicamente, o bruxo ou bruxa faz um pacto com seu familiar e o evoca quando precisa de sua ajuda. Uma bruxa de Essex afirmou, em 1589, que tinha que se ajoelhar dentro de um círculo e orar a Satã para que seu familiar aparecesse, enquanto uma mulher de Wiltshire dizia, em 1653, que conjurava seus familiares lendo livros. Em alguns casos, os familiares apareciam sem ser chamados: uma bruxa de Huntingdonshire disse, em 1646, que ela não conseguia controlar quando seus dois familiares, chamados Belzebu e Trullibub, lhe apareciam e orou a um deus para "livrá-la daquilo".

Nas colônias britânicas da América do Norte, os familiares surgiram na caças às bruxas de Salem, Massachusetts, em 1692. Diziam que Sarah Good tinha um pássaro amarelo que mamava entre seus dedos. Tituba teria visto animais estranhos que a incitaram a machucar crianças, incluindo um porco, um cachorro preto, um gato vermelho e um gato preto.

O Familiar na ficção moderna[]

Diavalmaleficent

Malévola e seu familiar Diaval, em Malévola (2014). Diaval é um corvo cuja vida foi salva por Malévola e que em troca a serve como espião e confidente. Tem inteligência humana e Malévola lhe dá forma humana à sua vontade.

Na ficção moderna, um familiar é um ser ligado a uma pessoa em um relacionamento de servo para mestre por um vínculo mágico pessoal: não basta ser um companheiro mágico. Mais frequentemente é um animal pequeno (como o gato de uma bruxa), mas pode ser qualquer coisa, incluindo demônios ou mesmo seres humanos. O tipo de vínculo pode variar: em alguns casos, nada mais é do que a capacidade de entender o que o familiar diz (se fala), enquanto em outros o familiar é a fonte dos poderes do personagem. O "mestre" não precisa ser necessariamente um mago: em muitas histórias, uma pessoa normal ganha um familiar por acidente, muitas vezes resultando em problemas. Em versões de ficção científica, o familiar pode ser um animal de estimação telepático, ou mesmo um robô.

Na série Blade, o termo familiar ou aspirantes é usado para identificar humanos que trabalham para os vampiros em troca da promessa (não necessariamente cumprida) de um dia se tornarem um deles . Possuem uma tatuagem que identifica a Tribo de seu proprietário ou ele mesmo e são chamados pelos vampiros de "gado". Se outro vampiro se alimentar do aspirante, terá de se entender com seu dono.

Mahou no Shisha (Mensageiro da Magia)[]

O mahou no shisha ("mensageiro da magia") ou "mentor mascote" é uma versão peculiar do familiar encontrada na ficção popular japonesa. Um ser mágico, geralmente na forma de um animalzinho adorável, encontra uma garota destinada a se tornar uma mahou shoujo, lhe dá poderes mágicos e age como seu mentor. Está mais próximo da ideia medieval do que os familiares da ficção ocidental moderna, embora essas garotas mágicas, ao contrário das bruxas da tradição cristã, sejam personagens heroicas e benéficas.

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Artemis e Luna de Sailor Moon, em suas formas felinas e humanas

O primeiro "mensageiro da magia" aparece com a primeira garota mágica, Akko-chan, em 1962, na forma de um espelho mágico concedido por um espírito, mas a partir de 1991, os paradigmas desse tipo de personagem passam a ser Artemis e Luna, um casal de gatos mágicos que concede poderes e instrumentos mágicos a Sailor Moon e suas Sailor Scouts e que pode tomar formas humanas. Quase todas as garotas mágicas desde então recebem seus poderes e são instruídas por um "mensageiro da magia", como Kero ou Kerberos (Sakura Cardcaptor), leãozinho de pelúcia que pode se transformar num grande leão alado; Yuuno (Nanoha), menino mágico que toma a forma de furão; os bichinhos indefiníveis Mipple e Mepple (Futari wa Pretty Cure); e os gatinhos Posi e Nega (Creamy Mamy).

Mensageiros da magia geralmente são benignos, embora às vezes tenham falhas de personalidade ou repreendam suas discípulas, como é o caso de Luna e Kero. A mais importante exceção é Kyubey de Madoka Magica. Parece a princípio um "mensageiro da magia" típico, com traços que lembram gato (mais especificamente, Hello Kitty) e raposa e um nome que soa como kyubii, "nove-caudas", a raposa de nove caudas do folclore japonês. A única peculiaridade aparente desde o início é que, em vez de simplesmente encontrar uma garota e convocá-la a se tornar mahou shoujo, ele lhe oferece a realização de um desejo em troca da obrigação de combater as "bruxas", majo, monstros bem diferentes de qualquer concepção ocidental de bruxa e muito mais poderosos e bizarros.

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Kyubey de Madoka Magica à noite, após se revelar seu caráter sombrio

Entretanto, depois se descobre que se trata de uma abreviação de Incubator, alusão ao íncubo da demonologia cristã e que o núcleo da história inteira se inspira no Fausto de Goethe. A ideia de "mensageiro da magia" retorna às origens: Kyubey não é exatamente um demônio como Mefistófeles, e sim um extraterrestre, mas sua oferta de poderes mágicos e realização de um desejo é uma armadilha para se apossar de suas almas com a finalidade de obter energia para os propósitos de sua espécie. Ao esgotar sua magia ou suas esperanças, as garotas se transformam em "bruxas" semelhantes às que combateram e vivem o inferno de seu próprio rancor e desespero até serem destruídas por novas garotas mágicas.

Tsukaima (Mensageiro do Diabo)[]

Card Anthony

Anthony, um dos familiares da bruxa Gertrud em Madoka Magica

Embora os mahou no shisha sejam equivalentes benignos do papel tradicional do familiar nas crenças ocidentais cristãs, existe também em japonês o termo tsukaima, literalmente "mensageiro do diabo", usado para seres que servem não garotas mágicas, mas bruxas propriamente ditas.

Em Madoka Magica, assim como as bruxas são muito peculiares, assim também seus familiares. Não são seres que se juntam a uma bruxa, mas monstros menores criados por ela a partir de sua própria essência - "projeções do coração da garota mágica antes de ela se tornar bruxa", segundo material paralelo. Embora normalmente tenham a tarefa de manter e defender o labirinto mágico onde vive sua senhora, podem ocasionalmente ganhar independência, formar suas próprias barreiras e, depois de devorar alguns humanos - quatro ou cinco, diz Kyoko no episódio 5 - se transformam em novas bruxas.

Referências[]

  • The comparative milk-suckling reptile, Davide Ermacora, Anthropozoologica, 52(1):59-81 (2017).[1]
  • Greek Popular Religion, Martin P. Nilsson, 1940: The house and the family [2]
  • The Religion of Ancient Rome, Cyril Bailey, 1907 - V. Worship of the Household [3]
  • Wikipedia: Household deity [4]
  • Wikipedia: Minoan snake goddess figurines [5]
  • Wikipedia: Meilichios [6]
  • Wikipedia: Glycon [7]
  • Wikipedia: Di Penates [8]
  • Wikipedia: Lares [9]
  • Wikipedia: Lares [10]
  • Wikipedia: Lares Familiares [11]
  • Wikipedia: Kobold [12]
  • Wikipedia: Cofgod [13]
  • Wikipedia: Nisse (folklore) [14]
  • Wikipedia: Familiar [15]
  • TVTropes: Familiar [16]
  • Puella Magi Wiki: Glossary [17]
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