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Ipupiara na interpretaçao do artista Mello Witkowski Pinto, terracotta 2015.

Ipupiara

Baltasar Ferreira mata o Ipupiara em História da Província de Sãcta Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, do cronista Pero de Magalhães Gândavo.


O Ipupiara, Igpupiara ou Hypupiara (do tupi ïpupi'ara, "monstro marinho"), segundo os tupis do atual litoral brasileiro no século XVI, era um monstro marinho e antropófago.

Uma crônica de Pero de Magalhães Gândavo, publicada em 1575, conta que um ipupiara aparecera em 1564 na praia de São Vicente (SP), a primeira vila brasileira, e aterrorizou a escrava índia Irecê, que ia encontrar o amante na praia e viu a aparição do monstro como um castigo. O ipupiara, aparentemente, já matara seu amante, Andirá. Fugiu apavorada, mas no caminho encontrou o capitão Baltasar Ferreira que enfrentou o monstro e o abateu a golpes de espada (era o representante em São Vicente do capitão-mor Pedro Ferras Barreto, que residia em Santos). Segundo o cronista, o monstro tinha “quinze palmos de comprido” (3,30 metros) e era “semeado de cabelos pelo corpo e no focinho tinha umas sedas mui grandes como bigodes”.

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Ipupiara, na interpretação do artista Walmor Corrêa (2006)

Outro cronista colonial, o jesuíta Fernão Cardim, dizia que tais criaturas tinham boa estatura, mas eram muito repulsivas. Matavam as pessoas abraçando-as, beijando-as e apertando-as até as sufocar. Esses monstros, também devoravam os olhos humanos, narizes, ponta dos dedos dos pés e das mãos e as genitálias. Existiam também na forma feminina, possuindo cabelos longos e eram muito formosas. O Ipupiara era, segundo estes cronistas, um ser "bestial, faminto, repugnante, de ferocidade primitiva e brutal".

Jean de Léry, em sua obra Viagem À Terra do Brasil, conta algo semelhante, que ele ouviu diretamente dos índios Tupinambás da Guanabara no século 16:

(...) Não quero omitir a narração que ouvi de um deles de um episód

io de pesca. Disse-me ele que, estando certa vez com outros em uma de suas canoas de pau, por tempo calmo em alto mar, surgiu um grande peixe que segurou a embarcação com as garras procurando virá-la ou meter-se dentro dela. Vendo isso, continuou o selvagem, decepei-lhe a mão com uma foice e a mão caiu dentro do barco e vimos que tinha cinco dedos como a de um homem. E o monstro, excitado pela dor pôs a cabeça fora d'água e a cabeça que era de forma humana, soltou um pequeno gemido (...).

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Estátua do Ipupiara, no parque Hipupiara, centro de São Vicente

É provável que o ipupiara de Baltasar Ferreira fosse um leão-marinho, animal pouco conhecido e assustador para os índios do litoral paulista, pois raramente aparece em tais latitudes.

Mais tarde, esse ser se confundiu com a boiúna ou cobra-grande das lendas amazônicas, uma sucuri negra, gigantesca e voraz que também podia tomar forma de embarcação. Também conhecida, a partir do século XVIII, como mãe-d'água, passou a ser também imaginada como mulher.

É só no século XIX que aparece o nome enganosamente indígena de uiara ou iara, romanticamente imaginada como uma versão tropical e indígena das janas, nixes e loreleis do folclore europeu, a arrastar os incautos para a morte nos igarapés com sua beleza ou seu canto.

Cultura Popular[]

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A lenda amazônica dos homens peixe é explorada no cinema americano, animes e jogos de videogames, sem citar o nome indígena ipupiara, mas se referindo à lenda amazônica e sua origem no Brasil. No filme O Monstro da Lagoa Negra (1954), o monstro: “Habitava uma remota e desconhecida lagoa localizada numa parte inexplorada da Floresta Amazônica. A criatura aparentemente era conhecida dos nativos pois o capitão do barco Rita, usado pelos pesquisadores, menciona uma lenda local sobre os "homens-peixe".[carece de fontes] No jogo de videogame Darkstalkers da Capcom, Rikuo é descrito como um “merman”, o masculino de sereia (mermaid), que mora no Rio Amazonas no Brasil, provavelmente uma representação do ipupiara clássico indígena.[carece de fontes] No filme A forma da Água (2017), uma criatura semelhante ao ipupiara é capturado na Amazônia e levado a um laboratório secreto nos EUA. No filme, é mencionado como um deus pelos indígenas brasileiros. No episódio do anime Don Drácula (1979), ipupiaras se disfarçam de mulheres humanas e viajam do Brasil ao Japão.

Ipupiara[]

Ipupiara ricardomango

Quando não há luar, ventos vem sussurrar

Medo e calafrio, singram o remanso do rio

O sobrenatural brota das águas

Ipupiara, a criatura encantada

Traz a dor e o temor a quem profanar sua legião

Vem caçar e flechar muito além da imaginação

Homem-peixe gigantesco que emerge das pronfudezas

Semeando agonia e desespero

Flechando a alma das caboclas

Guelras tucunaré

Mandíbulas de tambaqui

Ferrão de arraia

Escamas douradas

De aruanã, de aruanã

Seus olhos refletem nas águas

Seu arco é espinha de prata

A criatura flutua e avança sobre o mureru

Caboclos evocam mãe d'água

Então a bela amansa a fera

Que adormece em paz

Na Atlântida amazônica

Ipupiara, Ipupiara

A fera encantada do fundo do rio

Fontes[]

https://www.youtube.com/watch?v=geMSQo36a4k

https://www.letras.mus.br/garantido/1326255/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ipupiara_(criptozoologia)

https://www.google.com/search?q=ipupiara&oq=ipupiara&aqs=chrome.0.69i59j46i512j0i512l2j69i60l4.1666j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8

https://www.facebook.com/watch/?v=1079440735918842

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