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Legba

Estátua de Legbá em Uidá, Benin

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Legbá, guardião das casas em Abomé (Benin)

Entre os fon do Benin (antigo Daomé) Legbá é a divindade equivalente ao Exu ou Elegbara dos iorubás. Ele é representado por um montículo de terra em forma de homem acocorado, ornado com um falo de tamanho respeitável.

Esse detalhe deu motivo a observações escandalizadas, ou divertidas, de numerosos viajantes antigos e fizeram-no passar, erradamente, pelo deus da fornicação. Esse falo ereto nada mais é do que a afirmação de seu caráter truculento, atrevido e sem-vergonha e de seu desejo de chocar o decoro.

Os Légba, guardiões dos templos de Heviosso (Hẹvioso em iorubá, Xewioso em gbé), vodum do trovão análogo ao orixá iorubá Xangô, e de Sakpatá (Sapata, em iorubá), equivalente ao orixá iorubá Xapanã, Obaluaiê ou Omolu, manifestam-se através de légbasi (equivalentes a olúpòna de Exu entre os iorubás), durante as cerimônias celebradas para esse vodum.

Os légbasi vestem-se com uma saia de ráfia tingida de roxo e usam a tiracolo inúmeros colares de búzios. Debaixo da sua saia traz, disfarçado, um volumoso falo de madeira que levantam, de vez em quando, com mímicas eróticas.

Além disso, têm na mão uma espécie de espanta-moscas, roxo, semelhante a um espanador, no qual está escondido um bastão em forma de falo, que eles agitam, de maneira engraçada, na cara das pessoas presentes, particularmente sob o nariz dos turistas, pois os légbasi não deixam de observar seus sentimentos ambivalentes diante dessas exibições.

Legbá no Haiti

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Papai Legbá, de Rayman Cayman

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São Lázaro, sincretizado com Legbá no Haiti

No Haiti, Legbá é visto como mais do que um loá propriamente dito, pois funciona como intermediário entre espíritos e humanos. Divindade das ruas e caminhos, Legbá é representado como um homem muito velho, coxo e de muletas. É sincretizado com São Lázaro. Oferecem-lhe galinha grelhada ou defumada, bodes, batatas-doces, inhames, frutas frescas e café forte sem açúcar. Também aceita tabaco, charutos e rum.

Tem como símbolo uma cruz, cujo travessão vertical representa o caminho que une as profundezas e as alturas, pelo qual passam os loás. Uma das pontas desse exiso repousa nas águas abissais, onde se acha a África, pátria legendária e reino dos espíritos, que de lá partem rumo ao mundo dos vivos. O travessão horizontal representa o mundo terreno, humano. No cruzamento dos travessões se estabelece o contato entre homens e divindades, cujo intérprete final é Legbá, incumbido de abrir a barreira que os separa.

Referências

  • Selene Paniak, Religiões Africanas, edição especial de Homem, Mito & Magia, publicação da Editora Três s/d
  • Pierre Fatumbi Verger, Orixás: deuses iorubás na África e no Novo Mundo, São Paulo: Corrupio, 1981
  • Sosyeté du Marché, inc.: Atibon Papa Legba [1]
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