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Segundo Câmara Cascudo [1], a Mãe-do-fogo é o próprio fogo ou a substância imponderável que o sustenta e dirige, origem do elemento, a mãe, a Ci.

Nessa acepção, diz-se também, com base no tupi, Tatá-manha, mãe do fogo ou Sacu-manha, mãe do quente. Na população mestiça, é sinônimo de Batatá, Batatão e fogo-fátuo. Peregrino Júnior [2] registra Mãe-de-fogo.

Lenda do Fogo de Região dos Campos Gerais – Paraná[]

Na terra dos Kainguangues ninguém sabia como fazer fogo, portanto nenhum deles se beneficiava. Apenas Minarã, um índio de raça estranha, que o mantinha em sua lareira, zelado por sua filha, Iaravi, que o guardava como a um tesouro. Os Kainguangues não se conformavam com esse egoísmo de Minarã. Até que um dia um jovem, inteligente e ardiloso, Fiietó, decidiu descobrir o segredo de Minarã. Transformou-se em uma gralha branca e foi até o local onde estava a cabana em cuja lareira o fogo ardia. Ali encontrou Iaravi banhando-se no rio Goio-Xopin. Então, atirou-se na água e se deixou levar pela correnteza em direção à formosa índia. Ela viu a pobre gralha encharcada e a recolheu, levando-a para junto da lareira. Tão logo suas penas de ave secaram, Fiietó pegou uma brasa com o bico e fugiu. Mais adiante, pousando no galho de um pinheiro, reavivou a brasa e com ela pôs fogo em uma grimpa. Como o ramo era muito pesado, era difícil transportá-lo com o bico. Fiietó decidiu arrastá-lo pelo mato, e, por causa disso, acabou provocando um grande incêndio. Por muito tempo as noites ficaram claras como o dia, com o fogo se alastrando pelas florestas. Todos os índios da região foram ver o incêndio, aproveitando para levar tições para suas casas, que desde então passaram a ter suas próprias fogueiras sempre acesas. Depois do incêndio, extensas áreas de florestas viraram os campos que hoje conhecemos: os Campos Gerais, os campos de Palmas e os campos de Guarapuava.

Veja também[]

Boitatá

Mãe-do-ouro

Referências[]

https://www.sescpr.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Colet%C3%A2nea-Entre-Lendas_Vers%C3%A3o-WEB.pdf

  1. Luís da Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro, São Paulo: Global, 2000
  2. João Peregrino da Rocha Fagundes Júnior, Histórias da Amazônia, Rio de Janeiro, 1936
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