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Parnasus Appiani

O Parnaso, de Andrea Appiani (1817)

As musas (em grego Μοῦσαι, Moûsai, talvez da raiz proto-indo-européia *men- "mente", "pensar") foram originalmente crinéias associadas por Hesíodo às fontes Aganipe ("Cavalo Gentil") e Hipocrene ("Fonte do Cavalo"), no monte Helicon, na Beócia que, segundo o poeta, foram as fontes de sua inspiração. Essas fontes teriam sido criadas pelos cascos de Pégaso. Também foi em uma das fontes do Hélicon que Narciso se apaixonou pelo próprio reflexo. Por essa associação, as musas são às vezes chamadas aganípides.

Outro local associado com as musas são Piéris, a caverna Leibetron e Pimpleia, na Piéria, região da Téssália nas encostas do monte Olimpo. Por isso elas também são chamadas piérides e leibétrides. Uma terceira tradição, a mais influente sobre a arte e literatura modernas, as relaciona ao monte Parnaso, perto de Delfos, cenário de vários mitos gregos relacionados a Apolo, Dioniso e Orfeu.

Musas primordiais[]

Para Alcmano e Mimnermo, as musas eram divindades primordiais e nasceram de Urano e Gaia. Segundo Pausânias (século II d.C.), as musas eram originalmente três: Aoidē ou Aeda ("canção" ou "voz"), Meletē ("prática" ou "ocasião") e Mnēmē ("memória", possivelmente o mesmo que Mnemósine). Juntas, as três bastavam para das as pré-condições da arte poética no culto.

Em Delfos, as três musas eram veneradas com outros nomes: Nētē, Mesē e Hypatē, que são os nomes das três cordas da lira. Também foram chamadas Cēphisso, Apollonis e Borysthenis, cujos nomes as caracterizam como filhas de Apolo. Mesmo quando Apolo não foi considerado seu pai, era tido como seu líder, sendo chamado nessa condição de Apollon Mousagetēs.

Em uma tradição posterior, foram reconhecidas quatro: Thelxinoē, Aoedē, Archē e Meletē, consideradas filhas de Zeus (ou Urano) e de uma ninfa chamada Plusia.

Musas canônicas[]

Musas

Apolo e as Musas no Parnaso, gravura de Raphael Morghen, 1784

As musas da segunda geração seriam filhas de Zeus e Mnemósine, deusa da memória, provavelmente a mesma que a Mneme do mito tido como mais antigo, visto que as novas musas são chamadas Mnemônides. A Teogonia de Hesíodo refere-se apenas às musas filhas de Zeus e Mnemósine.

As nove musas canônicas, tais como têm sido estabelecidas desde a Renascença, são:

  1. Calíope ("A Bela Fala"): líder das musas e padroeira da poesia épica ou heróica, representada com tabuleta ou pergaminho, uma pena de escrever e, às vezes, com a coroa de "rainha das musas".
  2. Clio ("A Gloriosa"): musa da história, representada com um pergaminho parcialmente aberto.
  3. Érato ("A Amorosa"): musa da poesia lírica e erótica e das canções de casamento, representada com uma lira e um arco.
  4. Euterpe ("A Bem Agradável"): musa da música, representada com uma flauta.
  5. Melpômene ("A Cantora"): musa da tragédia, representada com uma máscara trágica, uma grinalda e uma clava.
  6. Polímnia ("A dos Muitos Hinos"): musa da música sacra, representada como uma figura velada.
  7. Terpsícore ("A que Gosta de Dançar"): musa da dança e do canto coral, representada com lira e plectro.
  8. Tália ("A Florescente"): musa da comédia e da poesia bucólica, representada com uma máscara cômica e uma coroa de hera ou um bastão.
  9. Urânia ("A Celestial"): musa da astronomia, representada com um globo celestial e um compasso.

Tanto as musas primordiais quanto as da segunda geração, tomadas em conjunto, formavam um quadro completo dos temas apropriados à arte poética. A associação de cada uma das musas com uma forma de arte específica foi uma inovação do período helenístico tardio.

Outras variantes[]

Cícero contava sete musas, filhas de Piero e de uma ninfa pimpleiana chamada Antíope: Neilo, Tritone, Asopo, Heptapora, Aquelóis, Tipoplo e Ródia.

Uma genealogia menos comum as dá como filhas de Harmonia e netas de Ares e Afrodite (embora outros mitos digam que as musas dançaram no casamento de Harmonia e Cadmo).

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