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Pasífae, de Òscar Estruga (1996), escultura em Vilanova i la Geltrú, perto de Barcelona, Espanha, realizada com três toneladas de cobre

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Pasífae, de Òscar Estruga (1996), detalhe

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Pasífae espera seu touro

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Pasífae depois do touro

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Pasífae e o Minotauro, arte grega

Pasífae (do grego Πασιφάη, Pasipháē, "que tudo ilumina", "que brilha para todos", ou seja, a lua cheia) era uma poderosa maga, filha do deus-sol Hélios e de Perseis, a primogênita das oceânidas. Seus irmãos e irmãs são célebres: Circe, a maga; Eetes, rei da Cólquida e pai de outra maga famosa, Medéia; e Perses, que destronou seu irmão Eetes (recolocado no trono por Medéia, quando voltou à Cólquida).

Pasífae foi esposa do rei Minos e teve com ele as filhas Acale, Xenódice, Ariadne e Fedra e os filhos Androgeu, Glauco, Deucalião e Catreu. Teve também relações com o Touro de Creta, do qual nasceu Astérios, o Minotauro.

A maldição de Pasífae[]

A Pasífae também eram atribuídos poderes tão grandes quanto o da irmã. Ciumenta do marido, lançou-lhe uma terrível maldição: qualquer mulher, além dela, que tentasse unir-se a Minos morreria devorada por serpentes, escorpiões e centopéias por ele ejaculadas. Foi necessária a intervenção da princesa ateniense Prócris, hábil em enganar o marido, para que o rei de Creta conseguisse se livrar de suas próprias serpentes e amar outras mulheres.

Prócris, casada com Céfalo, o havia traído com Ptéleon, que a presenteara com uma coroa de ouro. Temendo a vingança do esposo, fugiu para Creta e, segundo a versão contada pelo pseudo-Apolodoro, libertou Minos do encantamento, fazendo-o mastigar uma erva mágica que ela recebera de Circe e deitou-se com ele, em troca de um dardo que jamais errava o alvo e um cão do qual nenhuma caça poderia escapar, presentes que Europa, mãe de Minos, recebera de Zeus. Prevendo a ira e a vingança da maga Pasífae, Prócris retornou a Atenas e se reconciliou com o marido (por algum tempo).

Outra versão, de Antoninus Liberalis, diz que Minos era estéril e Prócris o curou. Inseriu a bexiga de uma cabra em uma mulher e Minos ejaculou suas cobras nessa bexiga antes de copular com Pasífae e ter filhos com ela. Então, ele teria dado o cão e o dardo a Prócris como recompensa.

Pasífae e o Minotauro[]

O drama de Pasífae foi provocado por uma falta de seu esposo, o rei Minos de Creta. Este, na disputa com seus irmãos Sarpédon e Radamanto pelo domínio da ilha, alegou que de direito Creta lhe pertencia pela vontade dos deuses e, para prová-lo, afirmou que os imortais lhe concederiam o que bem desejasse. Um dia, quando sacrificava a Posêidon, solicitou ao deus que fizesse sair do mar um touro, prometendo oferecer-lhe em holocausto o animal.

O deus atendeu-lhe o pedido e do mar saiu um poderoso touro branco, o que valeu ao rei de Cnossos o poder sobre a ilha inteira, sem contestação por parte de seus irmãos. Minos, todavia, dada a beleza do touro e desejando conservar-lhe a raça, enviou-o para junto de seu rebanho. Posêidon, indignado, enfureceu o animal - que, mais tarde, Héracles, às ordens de de Euristeu levaria para a Grécia e depois seria morto por Teseu.

A ira divina,todavia, não parou por aí. Para vingar-se mais ainda do rei perjuro, fez que Pasífae concebesse uma paixão fatal e irresitível pelo animal. Sem saber como entregar-se ao touro, recorreu às artes de Dédalo, que fabricou uma novilha de bronze (ou de madeira coberta por uma pele de novilha, em outra versão) tão perfeita que logrou enganar o animal. Colocando-se dentro do simulacro, Pasífae conseguiu satisfazer à sua paixão alucinada. Dessa união, nasceu Astérios ("Estelar"), o Minotauro. A ajuda a Pasífae fez que o rei lançasse Dédalo e seu filho Ícaro no Labirinto, de onde conseguiram evadir-se construindo asas artificiais.

Uma variante conta que a paixão de Pasífae pelo touro se devia a Afrodite, cujo culto era menosprezado pela esposa de Monos ou ainda que a deusa do amor nela vingava-se de Hélios, que cotara a Hefesto sobre os amores clandestinos de Afrodite com Ares.

Pasífae como deusa[]

Como mostra sua ascendência divina, Pasífae parece ter sido originalmente uma deusa, oriunda da terra onde nasce o Sol, a Cólquida, que foi dada em casamento ao rei Minos e o Touro era o próprio Posêidon na forma de animal, possivelmente a sua caracterização arcaica e pré-olímpica. Os gregos teriam interpretado um mito minóico em forma demasiado literal, fazendo-a recorrer às artes de Dédalo para copular com um touro real, reduzindo assim a sua figura sobre-humana a um emblema de bestialidade, luxúria e perversão sexual feminina.

Na Grécia continental, Pasífae foi adorada como deusa oracular em Thalamae, uma das comunidades (koine) que deram origem a Esparta. O geógrafo Pausânias descreve o santuário como pequeno, situado perto de um regato límpido e flanqueado por estátuas de bronze de Hélios e Pasífae. Seu relato também identifica Pasífae com Ino e com a deusa lunar Selene.

Cícero escreve em De Natura Deorum que os éforos de Esparta dormiam no santuário de Pasífae em busca de sonhos proféticos que os orientassem no governo. Segundo Plutarco, a sociedade espartana por duas vezes foi drasticamente reformada devido a sonhos de éforos no santuário durate a era helenística. Em um caso, um éforo sonhou que as cadeiras de alguns de seus colegas eram removidas da ágora, e que uma voz dizia que "isso é melhor para Esparta"; inspirado por isso, o rei Cleômenes agiu para concentrar o poder na monarquia. No reinado de Ágis, vários éforos levaram o povo à revolta com oráculos do santuário de Pasífae prometendo perdãode dívidas e redistribuição de terras.

Referências[]

https://www.facebook.com/donfoca/photos/a.257704940952542/1148590418530652

  • Junito de Souza Brandão, Dicionário Mítico-Etimológico da Mitologia Grega, Vozes, Petrópolis 2000
  • Theoi: Pasiphae [1]
  • Wikipedia (em inglês): Pasiphaë [2]
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